segunda-feira, 19 de março de 2012

Soneto

De repente do riso fez-se o pranto
Silencioso e branco como a bruma
E das bocas unidas fez-se a espuma
E das mãos espalmadas fez-se o espanto.

De repente da calma fez-se o vento
Que os olhos desfez a última chama
E da paixão fez-se o pressentimento
E do momento imóvel fez-se o drama.

De repente, não mais que de repente
Fez-se de triste o que se fez amante
E de sozinho o que se fez contente.

Fez-se do amigo próximo distante
Fez-se da vida uma aventura errante
De repente, não mais que de repente.

segunda-feira, 5 de março de 2012

Linguagem poética

Olá! Nos últimos dias nas aulas de português, estamos estudando sobre poemas. Hoje mais cedo, postei um poema, como vocês podem ver logo abaixo desse post. Então, como estamos estudando sobre isso, resolvi vir aqui postar sobre a ''Linguagem poética.'' Vamos lá...

  Os textos são escritos com diferentes intenções. Os poemas não costumam ser escritos a partir de uma linguagem direta, precisa ou clara. Pelo contrário, os poetas jogam justamente com os duplos sentidos das palavras, com as possíveis ambiguidades, com as combinações de sons e de significados inusitados.
  Para isso, eles usam alguns recursos próprios da linguagem poética. Um desses recursos é a comparação, que consiste em estabelecer uma relação de semelhança entre dois termos.
  Outro recurso usado é o da personificação, por meio da qual podemos atribuir qualidades ou características próprias dos seres vivos em geral a coisas animadas ou abstratas.
  Dessa maneira, os poetas criam, a partir de diferentes combinações, significados novos, inusitados. Por isso, a cada leitura e para cada leitor, um porme pode ter novos sentidos e novas interpretações.

Bom gente, era isso. Beijos e até a próxima.

Poema - Nunca diga

Nunca diga
o que eu digo.
Se eu digo
''esta flor é vermelha'',
diga:
''esta flor é amarela''.

Se eu digo:
''não arranque esta flor'',
diga:
''vou arrancar esta flor''.

Se eu digo:
''cuidado com os espinhos'',
diga:
''não ligo para os espinhos''.

Não diga
o que eu digo,
por isso
não poderá dizer:
''esta flor é amarela''
''vou arrancar esta flor''
''não ligo para espinhos''

Pois quem disse
fui eu
e não você.

Então, agora,
o que tem
a me dizer?
                                                                                   Heitor Ferraz.